Caixa anuncia medidas para auxiliar construtoras durante pandemia de coronavírus
Pausa no pagamento de financiamento, antecipação de financiamento e alteração no cronograma das obras estão entre as medidas
O vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Jair Luis Mahl, afirmou há pouco que as medidas anunciadas pelo banco para atender o setor da construção civil – como pausa no pagamento de financiamento, antecipação de financiamento e a alteração no cronograma das obras – devem dar tranquilidade para o segmento e para os empregados da construção, ao manter ativo um setor relevante para a economia brasileira.
Nas últimas semanas, a Caixa tem anunciado medidas que atendiam principalmente a pessoa física. Desta vez, o foco principal foram as construtoras, independentemente do seu porte.
O vice-presidente da Caixa disse que, a partir de segunda-feira, as construtoras poderão antecipar até 20% dos recursos do Financiamento à Produção de empreendimentos para obras a iniciar; assim como pedir a liberação antecipada dos recursos correspondentes a até três meses, limitado a 10% do custo financiado, para obras em andamento e sem atrasos no cronograma.
“Isso gera liquidez para a construtora no fluxo de caixa e permite manutenção do emprego”, destacou Mahl.
Dentre as medidas para pessoa jurídica, ainda foi anunciada a liberação de recursos de financiamento à produção não utilizados pela empresa nos meses anteriores, limitado a 10% do custo financiado; implementada a pausa no financiamento à produção de 90 dias, para clientes adimplentes ou com até duas parcelas em atraso, incluindo os contratos em obra.
Assim como para a pessoa física, a Caixa permitiu que as construtoras façam pagamento parcial da prestação do financiamento, por até 90 dias, para os clientes adimplentes ou com até duas parcelas em atraso. Também haverá inclusão ou prorrogação de carência por até 180 dias, para os projetos com obras concluídas e em fase de amortização.
“Nesse momento, 180 dias de carência vai permitir que a empresa faça contratação de novas pessoas e iniciar a obra”, ressaltou.
As construtoras também poderão prorrogar o início das obras por até 180 dias. A Caixa ainda vai admitir a reformulação do cronograma de obra, nos casos de contingências na execução por questões decorrentes da pandemia.
“A construtora pode reescalonar a obra sem nenhum prejuízo ou pagamento adicional à Caixa”, explicou o vice-presidente de habitação do banco.
Segundo Mahl, os R$ 43 bilhões para o setor habitacional anunciados pela Caixa serão destinados para antecipar financiamento e o cronograma da obra e para novos financiamentos do Programa Minha Casa, Minha Vida e com recursos da caderneta de poupança. O vice-presidente destacou que no ano passado a Caixa contratou R$ 90 bilhões em financiamentos habitacionais e que o banco tem 70% de market share do mercado.
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, ressaltou ainda que, se houver crise econômica mais forte, avaliará estender para quatro meses a pausa de pagamento das prestações para pessoas física.
“Neste momento, a nossa análise mostra que três meses de pausa são suficientes”, afirmou, referindo-se aos financiamentos da pessoa física.
Fonte: Valor Invest